Foi no passado sábado, dia 19 de Junho, que os alunos das oficinas de Teatro da Casa das Artes arcuense subiram ao palco e surpreenderam os espectadores devido à grande evolução que têm sofrido ao nível da qualidade das suas actuações, principalmente em relação ao à-vontade e improviso em cena.
Segundo o mentor destas crianças, o actor residente da Casa das Artes arcuense, Nuno Pinto, a peça apresentada - "Estórias (Des) Infantis" - surgiu do trabalho da turma ao longo do ano, principalmente dos muitos improvisos que desenvolveu em cada aula e dos exercícios de actor realizados como os de respiração ou expressão corporal.
O título da mesma, a qual se apoia em textos de Daniel Kharmes, autor russo, e dos jovens actores, que também dão o seu contributo e as suas dicas na elaboração de cada peça, deve-se ao facto do professor Nuno Pinto achar que há uma tendência para se ver o Teatro para a infância com muito facilitismo em termos de texto. Conclusões que na sua opinião não deverão ser tiradas, já que "o teatro infantil não tem de ser algo menor, mas sim algo com o mesmo peso que o feito pelos adultos, e, o seu público, de igual modo, constituído tanto por adultos como por crianças".
Mostrando-se bastante orgulhoso do seu grupo de pequenos actores, Nuno Pinto fez um balanço bastante positivo da actuação. "O resultado superou as expectativas e o segredo está no amor ao Teatro e na cumplicidade que estabelecem consigo próprio". Segundo o mesmo, nesta actuação "as crianças demonstraram o respeito que têm pelo seu trabalho, em particular, e pelo Teatro, em geral".
O actor avançou também que já sente que os seus alunos podem agora avançar para trabalhos mais elaborados, por isso, para o ano espera trazer a palco a peça o "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente.
Em jeito de mensagem final, referiu que "gostava que os outros miúdos percebessem que para além dos computadores e do prazer imediato há outras coisas, se calhar bem mais válidas, como o Teatro, que poderão fazer porque os faz crescer como indivíduos ao respeitarem o Homem e a Natureza com sentido poético".
No próximo dia 18 de Julho este homem do palco estará em cena no Auditório da Casa das Artes com os colegas Ricardo Vilaverde e Joana Laranjeira e estreará a peça "Máquina de Costura" - um espectáculo que alia a música à poesia e ao teatro.
