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Nota Histórica

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O território de Arcos de Valdevez apresenta uma vasta panóplia de espaços, onde o convívio entre História milenar, Natureza e intervenção humana assumem uma peculiar feição, por trajectos que se estendem por uma mancha de território de cerca de 450 Km quadrados, uma das mais significativas do país.

A relação histórica entre a ocupação humana dos espaços e a organização natural dos mesmos assume no caso do vale do Rio Vez um papel de primordial importância. As múltiplas áreas de regadio e de terrenos férteis proporcionados pelo rio e seus afluentes e a existência de amplos anfiteatros naturais, opondo zonas de serra e de planície, favoreceu desde muito cedo o estabelecimento de comunidades humanas neste espaço.

As primeiras fixações, ocorridas entre os finais do Vº e inícios do IIIº milénio antes de Cristo, são verificadas arqueologicamente nas dezenas de monumentos funerários (mamoas e antas) existentes no aro do concelho, observáveis, por exemplo, no Núcleo Megalítico do Mezio, bem como nas manifestações de arte rupestre, notavelmente representada na estação arqueológica do Gião. O período proto-histórico e de ocupação romana revela vestígios diversos, não só na toponímia local, mas, sobretudo, na quantidade significativa de recintos defensivos e habitacionais, os "castros", existentes por todo o concelho, e onde os casos de Ázere, Álvora e Cendufe serão, provavelmente, os mais conhecidos.

A Idade Média traz consigo uma organização do território e do espaço que será também ela um reflexo das condicionantes naturais e da geografia. A distribuição das paróquias medievais e dos primeiros mosteiros aproveita os recursos das áreas planálticas e de monte, como os casos exemplares dos mosteiros de Ermelo (cisterciense) e Santa Maria de Miranda (de base beneditina).

As áreas de serrania facilitaram a fixação das populações baseadas essencialmente numa tradição de pastorícia e de uso sazonal, recuperada pelas actuais "brandas" e "inverneiras". A montanha favoreceu o desenvolvimento de recursos naturais abundantes, sobretudo de caça diversa, que juntamente com a sua posição estratégica de fronteira, cedo impeliram os primeiros monarcas nacionais a visitar e a incentivar a fixação de populações nessas zonas. Espelho da importância como via de comunicação natural entre o Norte do pais e a vizinha Galiza, é o número significativo de pontes de origem medieval, representadas, entre outras, em exemplares únicos como os de Vilela e Cabreiro.

A sua posição estratégica natural destacou as terras de Valdevez como lugar primordial de organização militar e social, atestada já em documentação dos Séculos X e XI. Apesar de abandonado em meados do Século XIII, o castelo de Santa Cruz, em Vila Fonche, sobranceiro à actual vila, foi um dos primeiros elementos de suporte à fixação humana nesta zona precisa, solidificada pela fácil comunicação das diferentes vias que confluíam na ponte medieval do Rio Vez, e favorecendo, deste modo, o desenvolvimento de um pólo urbano dinâmico e fundamental, que já em 1258 controlava uma mancha geográfica próxima da do actual concelho de Arcos de Valdevez. A importância de toda esta área como vector de evidente desenvolvimento leva D. Manuel I a conceder foral à vila em 1515.

A reforma liberal oitocentista viria a traçar os limites definitivos do actual concelho, com a introdução das áreas de Soajo, Ermelo e Gavieira.

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