“2º CICLO DE TEATRO BRASILEIRO” EM ARCOS DE VALDEVEZ
Na próxima sexta-feira, dia 9 de Maio, estará em palco no auditório da Casa das artes de Arcos de Valdevez a encenação teatral, "O Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, pela companhia de teatro GRUPO DRAGÃO 7.
Gil Vicente é considerado um dos mais importantes autores portugueses do renascimento e esta peça vista como a sua obra-prima. Foi exibida pela primeira vez em 1517 na corte Lisboeta, para deleite de Sua Real Majestade D.Maria I que se encontrava "enferma do mal que veio a falecer".
Uma das razões que levou este grupo a encená-la foi o facto do teatro vicentino, apesar de ter sido criado há mais de 504 anos, continuar actual. Os personagens que desfilam pelo cais, parece que o fazem numa moderna avenida principal do actual Carnaval brasileiro.
O grupo usa um texto totalmente fiel ao original, pontualmente enxertado com referências e citações de hoje. Deste modo, pode dizer-se que esta nova concepção da Barca do inferno se encontra num qualquer espaço-tempo que a imaginação de cada um defina.
Já no sábado dia 10 pelas 22h:00 terá lugar a encenação teatral, "A descoberta das Américas, do original de Dario Fo - Johan Padan a la descoberta de le Americhe" pela Companhia de Teatro Leões de Circo - Pequenos Empreendimentos, o segundo projecto apresentado neste ciclo.
Esta peça conta a outra história da descoberta das Américas, inspirada em factos reais que ocorreram na Flórida e que foram narrados pelo cronista Cabeça de Vaca.
Nela, deparamo-nos com o personagem Johan, um homem rústico, malandro e fanfarrão, em constante fuga da fogueira da Inquisição que embarca em Sevilha numa das Caravelas de Cristóvão Colombo. No Novo Mundo, Johan sobrevive a um naufrágio; testemunha a matança; aprende a língua dos nativos; é preso, escravizado e quase engolido pelos índios antropófagos. O nosso herói consegue escapar fazendo "milagres"com alguma técnica e sorte. Venerado como Filho da Lua, treina, catequiza e guia os índios num exército de libertação que acaba capturando os espanhóis invasores.
O espectáculo é totalmente realizado por um só actor em cena e os cenários, figurinos, iluminação e texto são reduzidos ao mínimo.