Fortes do Extremo abertos à visitação
"Com a valorização do nosso património estamos a construir o futuro de Arcos de Valdevez e esse futuro passa, inevitavelmente por todos nós”, Presidente da Câmara Municipal, João Esteves
O Município de Arcos de Valdevez apresentou ao público a sinalética de visita dos Fortes do Extremo, datados do século XVII, resultantes do projeto de conservação, valorização e divulgação destas importantes estruturas patrimoniais.
Para o autarca, João Esteves, este é mais um passo de grande importância para o desenvolvimento cultural, económico e social do concelho e da freguesia, classificando os
dois monumentos como mais “um ponto de atração para o concelho, de reforço da identidade cultural, de promoção do património e da História de Arcos de Valdevez e de Portugal”.
O autarca convidou a população em geral para ir conhecer estes fortes, a ter respeito por este local e a contribuir para preservá-lo.
A abertura destes fortins à visitação é “um momento da história dos arcuenses, das gentes do Extremo, um momento único. (…) Trata-se de um património que pode ser dinamizador cultural, económico e turístico da freguesia e do concelho, e que poderá contribuir para a atração e fixação de pessoas” , adiantou.
A Câmara Municipal, em parceria com a Universidade do Minho, implementa desde 2018, coincidindo com as intervenções/campanhas arqueológicas e os levantamentos científicos realizados.
Esta intervenção realizou-se ao nível da prospeção sistemática do Sítio, realização de levantamentos pontuais e implementação de sondagens arqueológicas, avaliando assim os possíveis lugares que o exército espanhol usou para, em 1658, atacar as guarnições portuguesas que defendiam esta importante passagem.
Incidiu maioritariamente no Forte de Bragandelo, o melhor conservado dos dois existentes, tendo recebido sinalética interpretativa, com modelos tridimensionais e informação gráfica de apoio ao visitante, permitindo uma experiência nova e única no seu género em todo o território nacional.
Estes Fortes, enquadrados no período da Guerra da Restauração da independência portuguesa do século XVII, representam uma mais-valia para o turismo e a cultura do concelho e da região, uma vez que são exemplares únicos no contexto de toda a Península Ibérica, não só pelo estado de conservação, mas sobretudo pelas preciosas informações que trouxeram sobre esse conflito histórico e a importância do Extremo no contexto dessa Guerra peninsular.
Nesta visita oficial ao local, Rebeca Blanco-Rotea, da Universidade de Santiago de Compostela, arqueóloga e elemento da equipa de trabalho que esteve no terreno durante toda a fase de estudo, explicou a todos os presentes o processo de recuperação dos fortes e a história dos mesmos, destacando toda a importância histórica e cultural dos monumentos. Deixou igualmente bem presente que estes dois exemplares são dos mais bem conservados de que há memória e que existe uma grande vontade de criar condições para que se transformem numa referência nacional e internacional.
João Esteves agradeceu também a todos os que estiveram envolvidos no processo de recuperação dos fortes, inclusive aos proprietários dos terrenos, que não deixaram de o ser e de ter voz ativa no processo.
Por fim, adiantou que a intervenção neste local não está fechada, “há mais a fazer e é importante passar a mensagem aos mais novos daquilo que é o nosso património e a nossa história."