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Município de Arcos de Valdevez e Juntas de freguesia arcuenses integradas em território do Parque Nacional da Peneda Gerês fazem reclamação no âmbito do Inquérito Público da Revisão do Plano de Ordenamento do Parque

09 Dezembro 2009

O Plano de Ordenamento do Parque Nacional Peneda Gerês encontra-se a ser revisto e como o município arcuense tem várias áreas do concelho que fazem parte do PNPG, é sua opinião que o dito Plano deva “constituir uma oportunidade para o desenvolvimento e qualidade de vida das populações que habitam o Parque Nacional. A preservação do território, da sua biodiversidade assim como a humanização a que foi sujeito ao longo de séculos, tiveram como elo condutor o homem, que o habitou e o trouxe até ao presente.” Desta feita, é seu entendimento que “não pode ser esquecido o facto do PNPG ser um território habitado, sendo útil para a sua preservação que continue a sê-lo, não podendo o POPNPG ser um promotor do despovoamento do mesmo”.

Assim, como existem algumas questões abordadas no Plano que não vão de encontro às perspectivas da autarquia e das Freguesias em questão, nomeadamente, Gavieira, Soajo, Cabana Maior, Gondoriz, Cabreiro e Sistelo, o município acha por bem que se encontre uma solução relativamente ao aproveitamento do potencial de produção de energia renovável que o Parque comporta, tornando-se a situação ainda mais grave quando se verifica que outras áreas protegidas têm essa oportunidade; vê também a necessidade de clarificar as fontes de financiamento do Programa de Execução que integra o POPNPG; a inclusão no POPNPG de áreas que sejam compatíveis com o previsto em PDM para os “Aglomerados Estruturantes de Montanha” de Bouça dos Homens, S.Bento do Cando, Branda de Bosgalinhas, Branda de Junqueira, Branda de Gorbelas e Branda de Bordença, bem como para as áreas relativas a “Espaços de Actividades Compatíveis”, “Área de Equipamentos” e “Área Turística” – Conforme aprovado pelo PNPG no âmbito da revisão do PDM; relativamente às medidas de desenvolvimento de actividades geradoras de rendimento para as populações (exploração de recursos naturais, agricultura e pastorícia, caça, pesca, floresta e turismo), solicita que sejam consagradas no POPNPG as propostas do PDM de Arcos de Valdevez (em termos de ordenamento e regulamento), nomeadamente quanto às ocupações e utilizações no solo urbano e rural; considera também que seja revisto o facto de diversas actividades serem sujeitas a autorização, devido à excessiva carga burocrática que passará a existir resultante deste tipo de procedimento; o município considera, igualmente, exagerado o tempo previsto no artigo 41º para a emissão de parecer, 45 dias, devendo, por isso, ser substancialmente reduzido; também é do seu entendimento que a obrigação dos projectos de arquitectura serem da responsabilidade de um arquitecto deveria ocorrer apenas em áreas qualificadas, sem prejuízo do estipulado por Lei; nesta revisão deverá também unificar-se a proposta de gestão urbanística, sob responsabilidade do Município, para todas as áreas urbanas abaixo dos 900m, nomeadamente Peneda, Beleiral e Tibo, e não apenas algumas; na revisão deverá atender-se em fase de planeamento à implementação de acções tendentes à florestação das várias áreas ardidas assim como ao incremento de novas zonas florestais, tendo presente preocupações no combate à erosão. Em especial deverá atender-se à área do Mezio, onde os compromissos publicamente assumidos nunca foram cumpridos; o município requer, de igual modo, a viabilização da proposta de investimento turístico previsto para a área de Paradela, conforme a informação disponibilizada ao PNPG; deverá também ser reanalisada a preocupação pela restrição das actividades humanas, nomeadamente à pastorícia imposta pela integração do PNPG na rede PAN-PARK; e vê também com preocupação e muita apreensão a redução das áreas possíveis de serem usufruídas pelos caçadores do PNPG. Segundo a autarquia “é, por isso, importante consensualizar com as Associações de Caçadores do PNPG uma regulamentação e zonamento mutuamente aceite da actividade da caça no parque”.

Relativamente ao Programa de Execução o município julga que deveria ser criada uma comissão de acompanhamento da sua execução e definidos os critérios de avaliação da sua implementação; deveria ser assinado um protocolo entre o Ministério do Ambiente e as Autarquias onde estivessem claramente definidos as acções a executar e assegurados os meios financeiros necessários, bem como ser acrescentada ao Programa de Execução a contratualização prevista para as ZPT e ZPP1, com indicação das acções a executar, os prazos e os meios disponibilizados, ficando a implementação destas zonas dependente da assinatura dos referidos contratos com os compartes.

Em relação às acções do Programa de Execução a autarquia solicita a inclusão, ao nível da Porta do Mezio, da conclusão das obras do Parque de Campismo da Travanca e a construção do Bike Park, assim como a contemplação da construção da pousada da Juventude; solicita também a construção/implementação dos perímetros pecuários, nomeadamente para os produtores de Rouças e Tibo, assim como em Soajo na área de Entre Outeiros; a construção de Central de biomassa; o incremento ao projecto do Sumidouro de carbono; a execução da Central Meleira de Entre Outeiros; a valorização de Áreas Urbanas Qualificadas, como é o caso de Soajo, onde se pretende executar o espaço da Feira, Centro Escolar e Centro Social; a manutenção das práticas tradicionais para efeitos de pastoreio, considerando a sua importância para o rendimento das populações, e, por último, a criação de condições para a definição de um programa de visitação às áreas de montanha.

Nesta reclamação realizada no âmbito do Inquérito Público da Revisão do Plano de Ordenamento do Parque, Juntas de Freguesia e autarquia referiram ainda que, o PNPG deve adoptar, concomitantemente à sua preocupação de preservação e valorização da natureza, uma acção empreendedora no incremento de uma politica integrada de desenvolvimento rural, com tudo o que tal representa para a fixação das populações e valorização e preservação ambiental e expressaram a sua total discordância e oposição, à integração do único Parque Nacional na estrutura departamental que em termos regionais gere todas as áreas protegidas. Segundo os mesmos “esta decisão está a penalizar a gestão do PNPG, não se valorizando a sua especificidade”.

 

 

Município de Arcos de Valdevez
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