"Com Que Voz" marcou a edição deste ano do Ciclo de Novos Fados de AVV através de dois espectáculos e três jovens artistas: Ricardo Parreira (guitarra), Marco Oliveira (voz e guitarra fado) e Micaela Vaz (voz).
Tendo como principal objectivo fazer uma homenagem à fadista Amália Rodrigues passados 10 anos da sua morte, ocorrida em Outubro de 1999, estes três jovens resolveram juntar-se e cantar aquele que foi um dos discos mais representativos da sua carreira, mostrando, acima de tudo, "que este disco é realmente um grande disco e que apesar de ter causado muita polémica na altura do seu lançamento, foi a partir dele que os grandes poetas portugueses começaram a ser tocados".
Nomes como Camões, Alexandre O'Neill, Manuel Alegre, Fernando Pessoa, David Mourão Ferreira; Cecília Meireles; Pedro Homem de Mello e José Carlos Ary dos Santos foram referenciados em dois concertos - um no dia 23 de Maio, no qual a voz esteve a cargo de Marco Oliveira e outro no dia 29 Maio, com a de Micaela Vaz - numa série de fados compostos musicalmente por Alain Oulman, um dos compositores que mais marcou a história da vida e carreira da Amália.
Desta feita, o público deliciou-se com temas como "Naufrágio", "Maria Lisboa", "Trova do Vento que Passa", "Com que voz", "Cravos de Papel", "As Mãos que Trago", "Gaivota", "Havemos de Ir a Viana", "Cuidei que tinhas morrido", "Formiga Bossa Nova", "Meu Amor, meu amor", "Madrugada de Alfama"; e ainda com alguns originais de Ricardo Parreira.
Devido à grande aceitação que este espectáculo tem vindo a ter, ao longo deste ano o trio vai deslocar-se de palco em palco, tanto em Portugal como no estrangeiro, homenageando esta referência do fado e da música portuguesa, bem como alguns dos compositores que com ela estiveram ao longo da sua excepcional carreira, tendo já marcada para o próximo dia 23 de Julho uma actuação na Casa das Música no Porto e uma ida à Bélgica em Setembro.
Desta estreia do "Com Que Voz" em Arcos de Valdevez o trio fez um balanço positivo, destacando as boas condições do Auditório da Casa das Artes arcuense e a boa recepção por parte do público que, sempre que pôde, os acompanhou trauteando os temas apresentados.
