Quem nunca leu não é na terceira idade que vai apreciar os livros e a leitura! Será?
Será que depois dos 70 anos, não é possível descobrir novos hábitos, nos quais a leitura se inclua? Será que um ancião analfabeto não guarda dentro de si um coração sensível à Poesia? Será que ouvir ler em voz alta, não pode ser uma atividade estimulante para um idoso dependente?
Foi para responder a esta e outras perguntas que perto de 50 profissionais, provenientes de várias partes do país e que trabalham com público sénior, assistiram em Arcos de Valdevez, no passado 6 de Novembro, à Jornada "Estratégias de animação pela leitura junto de idosos", organizada pela Biblioteca Municipal Tomaz de Figueiredo.
Inserida no âmbito da primeira edição do Festival Sénior (6 a 8 Novembro), a jornada incluiu uma palestra e um workshop e reuniu técnicos de bibliotecas que desenvolvem atividades de animação em lares e centros de dia, técnicos de animação sociocultural, voluntários da leitura, entre outros.
A Jornada contou com a presença da psicóloga e gerontóloga Paula Pires, na palestra intitulada "Envelhecer a ler ou O idoso e a leitura", onde foram abordados temas como o idoso, envelhecer com qualidade de vida, a demência, Alzheimer, a importância da estimulação cognitiva, a leitura (o porquê de ler fazer bem e os seus entraves), a escrita e como ajudar o idoso. No workshop "Voz da Memória" a animadora da leitura Lénia Santos e a narradora oral e contadora de histórias Bru Junça partilharam com a audiência várias abordagens desde a narração de contos tradicionais, passando pela leitura em voz alta, promovendo dinâmicas de grupo. Trabalharam a estimulação cognitiva, a partir das memórias pessoais e coletivas, contando histórias que apelam ao reforço da autoestima através da expressão verbal.
Com esta iniciativa da Câmara Municipal, através da sua Biblioteca, pretende-se que a leitura seja uma forma de resgatar a cidadania da pessoa idosa e melhorar a sua convivência na família e na comunidade.