A XIX edição da Feira do Livro de Arcos de Valdevez abriu ontem, dia 22 de Julho pelas 21h00, ao público, dando início a 5 dias repletos de cultura através da apresentação de várias obras literárias, de momentos de leitura para os mais pequenos e diversas actuações musicais.
Realizada há vários anos pela autarquia, o evento voltou, mais uma vez, ao Campo do Trasladário de forma a lhe proporcionar a visibilidade merecida. Em termos de organização, tal como no ano passado, a feira foi instalada numa superfície coberta única, em vez das típicas barraquinhas, por se tornar muito mais fácil para as pessoas acercarem-se dos livros que desta forma se encontram mais "à mão", enquanto que nas barraquinhas estão mais afastados, em expositores; por questões de segurança, visto ser muito mais fácil vigiar a tenda; por questões de negócio, já que está comprovado que as livrarias conseguem vender muito mais numa tenda única do que em barraquinhas; bem como por motivos económicos porque se torna muito mais dispendioso montar várias barraquinhas do que uma única tenda.
No primeiro dia de programação desta iniciativa, os visitantes puderam observar de perto a inúmera quantidade de obras expostas e assistir à apresentação do livro "Diário de Maria Cura", da autoria de José Ilídio Torres, editado pela editora Temas Originais.
O autor José Ilídio Torres nasceu em Agosto de 1967 em Barcelinhos, freguesia encostada ao rio Cávado e à cidade de Barcelos. Desde muito novo que se dedica à escrita mas apenas em 2007 começou a editar os seus textos e poemas. Tem dois livros publicados: "A tristeza matou os peixes que nadavam nos teus olhos" - Contos e poesia; e "Contos de Água e Areia" - Contos. Estreou-se agora no romance através do "Diário de Maria Cura", um livro que diz "ser diferente" e que tem a particularidade da personagem Maria Cura ter existido na realidade.
Fazendo passar-se por uma mulher sensual, foi através da publicação dos seus textos na Internet e dos vários comentários que recebia relativamente ao perfil exibido on-line, que ganhou ânimo para criação da história agora publicada. "Uma história atraente para o leitor porque o faz pensar-se e repensar-se e o ponto de partida para outras obras futuras".
Armindo Cerqueira, amigo do autor, foi o escolhido para fazer a apresentação oficial da obra. Um livro que considera ser um romance policial "muito bem escrito", ser "dedicado à mulher" e "que se lê num fôlego" devido à grande capacidade que tem de prender o leitor. Segundo o mesmo, "apresenta uma escrita bonita e com metáforas muito interessantes, como é exemplo "beber um copo de ar livre"; é sintético na sua descrição, já que "o método descritivo é feito de tal forma que os nossos olhos chegam a ver", "os nossos ouvidos a ouvir" e "o nosso tacto a tactear"; nele existe "a liberdade de uma mulher na boca de um homem" e classifica-o como um livro nortenho, pois "a sua acção centra-se em Braga, em Terras de Bouro e refere muitas vezes o Gerês".
A presidir a abertura da edição deste ano esteve, a representar o presidente da autarquia, Francisco Araújo, João Esteves, vice-presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, que destacou o facto da "Feira do Livro já ter atingido a sua maioridade"; desta ter a "característica central de, em torno do livro, se criar um conjunto de iniciativas"; desta mostra ter "ganho o seu espaço no rol de iniciativas realizadas em Arcos de Valdevez" e do seu programa, todos os anos, incluir autores arcuenses e autores que, de alguma forma, têm a ver com o concelho, bem como diferentes elementos culturais e musicais. Aspectos que, no seu entender, conferem uma grande relevância à iniciativa, dando-lhe cada vez mais crédito perante todos os que a visitam.
Hoje à noite, dia 23 de Julho, será possível assistir à apresentação do livro "Os Morros de Nóqui", da autoria de Cláudio Lima, e aos concertos musicais das bandas "4:15" e "SNR".
